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O movimento pendular de estudantes universitários francisco-saenses com destino a Montes Claros (MG)
The pendular movement of francisco-saenses university students to Montes Claros (MG)
El movimiento pendular de estudiantes de la universidad francisco-saenses a Montes Claros (MG)
Revista Cerrados (Unimontes), vol. 21, núm. 01, pp. 75-105, 2023
Universidade Estadual de Montes Claros



Recepción: 08 Agosto 2022

Aprobación: 03 Marzo 2023

Publicación: 01 Abril 2023

DOI: https://doi.org/10.46551/rc24482692202304

Resumo: O movimento pendular caracteriza-se pela locomoção de uma população entre dois ou mais municípios buscando determinados serviços. Pode-se dizer que é um movimento de partida e regresso, o qual configura-se como uma alternativa à migração; devido, principalmente, aos custos significativos de um deslocamento permanente. Neste sentido, a pendularidade torna-se uma alternativa viável para aqueles que não dispõem de recursos ou não estão interessados em mudar de sua residência atual. Buscando compreender os movimentos pendulares para estudo, este trabalho visa discutir o movimento pendular de estudantes universitários da cidade de Francisco Sá com destino a Montes Claros, cidades localizadas na Região Intermediária de Montes Claros. Para tanto, utilizou-se como metodologia, revisão bibliográfica e documental, levantamento cartográfico, coleta de dados e análise quantitativa. Como resultado, constatou-se que os estudantes são em maior expressão jovens de 20 a 23 anos, do sexo feminino, cor/parda, que cursam licenciatura em uma instituição pública, a UNIMONTES.

Palavras-chave: Movimentos pendulares, Estudantes, Montes Claros, Francisco Sá.

Abstract: The pendular movement is characterized by the locomotion of a population between two or more municipalities seeking certain services. It can be said that it is a movement of departure and return, which is configured as na alternative to migration; mainly due to the significant costs of permanent displacement. In this sense, commuting becomes a viable alternative for those who do not have the resources or are not interested in moving from their current residence. Seeking to understand the pendular movements for study, this work aims to discuss the pendular movement of university students from the city of Francisco Sá to Montes Claros, cities located in the Intermediate Region of Montes Claros. For that, it was used as methodology, bibliographic and documental review, cartographic survey, data collection and quantitative analysis. As a result, it was found that students are mostly young people between 20 and 23 years old, female, colored/brown, who are studying for a degree at a public institution, UNIMONTES.

Keywords: Pendulum movements, Students, Montes Claros, Francisco Sá.

Resumen: El movimiento pendular se caracteriza por la locomoción de uma población entre dos o más municipios em busca de determinados servicios. Se puede decir que es um movimiento de ida y vuelta, que se configura como uma alternativa a la migración; principalmente debido a los costos significativos del desplazamiento permanente. Em este sentido, el desplazamiento se convierte em uma alternativa viable para quienes no cuentan com los recursos o no están interesados em mudarse de su residencia actual. Buscando comprender los movimientos pendulares para el estudio, este trabajo tiene como objetivo discutir el movimiento pendular de estudiantes universitarios de la ciudad de Francisco Sá para Montes Claros, ciudades ubicadas em la Región Intermedia de Montes Claros. Para ello, se utilizó como metodología, revisión bibliográfica y documental, levantamiento cartográfico, recolección de datos y análisis cuantitativo. Como resultado se encontró que los estudiantes son em su mayoría jóvenes entre 20 y 23 años, sexo femenino, de color/marrones, que cursan estudios de grado em uma institución pública, UNIMONTES.

Palabras clave: Movimientos pendulares, Estudiantes, Montes Claros, Francisco Sá.

Introdução

Os movimentos pendulares são caracterizados pela locomoção de uma população buscando determinados serviços. Este processo envolve dois ou mais municípios. Sendo que, o motivo primário para a sua realização é a procura por trabalho, no entanto, também é significativa a busca por saúde e oportunidades educacionais.

Visando satisfazer as necessidades cotidianas, os indivíduos deslocam-se de suas residências, com destino a municípios que exerçam certa polaridade na rede urbana regional. Estes deslocamentos podem ocorrer por meio de transportes particulares ou coletivos.

De acordo com Queiroz et al (2014, p.10), “o movimento pendular está ligado à centralidade que as cidades exercem nas áreas de entorno”. Sendo possível afirmar que atualmente a maior mobilidade populacional encontra-se dentro das cidades médias, visto que, as grandes chegaram ao ponto de saturação. Logo, conforme Oliveira (2017, p. 30) “a educação é um dos serviços mais procurados com relação aos movimentos pendulares na qual a população está em busca de melhorias profissionais e intelectuais”.

A região, hoje, denominada de Região Intermediária de Montes Claros, que engloba os municípios a serem abordados nesta pesquisa, recebeu as primeiras incursões ao interior brasileiro. Devido à expansão dos currais de gado vieram a surgir grandes fazendas, as quais transformaram-se posteriormente, em arraias, povoados, vilas e cidades. Corroborando com a afirmação anterior, a pesquisadora da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), Pereira (2004, p.17), declara que:

O processo histórico de constituição do Norte de Minas inicia-se no século XVI a partir do movimento de expansão da pecuária, do Nordeste em direção ao sul, ao longo do eixo do Rio São Francisco. Também o movimento das bandeiras paulistas fundou várias fazendas de gado na região.

Esta região é composta por sete Regiões Imediatas – Bocaiúva, Grão Mogol, Janaúba, Pirapora, Salinas e Montes Claros. O município de Francisco Sá pertence à Região Imediata de Montes Claros, assim como Brasília de Minas, Campo Azul, Capitão Enéas, Claro dos Poções, Coração de Jesus, Mirabela, Glaucilândia, Ibiracatu, Japonvar, Juramento, Lontra, Luislândia, Patis, Ponto Chique, São João da Lagoa, São João da Ponte, São João do Pacuí, Ubaí, Varzelândia e Verdelândia (Mapa 01).


Mapa 01
Localização da Região Intermediária de Montes Claros
IBGE, 2020. Org.: ROCHA, V. T. R. 2022.

Estas cidades apresentam características físicas semelhantes, como zona de transição entre o cerrado e a caatinga e a irregularidade pluviométrica, assim como, integram a depressão do Rio São Francisco. Nas últimas décadas os deslocamentos pendulares para estudo nesta região, acentuaram-se, devido à expansão do seu ensino superior, principalmente, na cidade de Montes Claros. Ressaltando que, o fluxo de estudantes muda diariamente sua dinâmica, contribuindo para seu próprio crescimento e, consequentemente, para o desenvolvimento das instituições de ensino superior. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é discutir brevemente a dinâmica do movimento pendular de estudantes universitários da cidade de Francisco Sá (MG) com destino a Montes Claros (MG).

Para tanto, utilizou-se como metodologia: i) revisão bibliográfica sobre as temáticas migração e movimento pendular; ii) revisão documental acerca dos municípios de Montes Claros e Francisco Sá; iii) levantamento cartográfico utilizando a base cartográfica do Geominas e o programa Q­Gis 3.26; iv) coleta de dados a partir da elaboração de um instrumento de pesquisa, na forma de questionário do tipo Estruturado não disfarçado (o respondente sabe qual é o objetivo da pesquisa, e o questionário é padronizado, com questões fechadas, principalmente), destinados de forma virtual, a quinze universitários francisco-saenses integrantes da Associação dos Universitários Unidos de Francisco Sá (AUUFRASA) e v) análise quantitativa, sendo os resultados tabulados e sistematizados na forma de gráficos e tabelas criados no Microsoft Excel e Microsoft Word, posteriormente, analisados e expressos na forma de interpretação textual.

O trabalho está estruturado em cinco seções: a primeira concentrou-se na revisão bibliográfica sobre temáticas ligadas aos conceitos de migrações e movimentos pendulares; a segunda buscou apresentar reflexões acerca da transitoriedade pendular para fins de estudo com enfoque na oferta do ensino superior da Região Intermediária de Montes Claros; a terceira buscou descrever os perfis dos dois municípios que orientam espacialmente a nossa pesquisa (Montes Claros e Francisco Sá); a quarta buscou compreender o processo de criação da AUUFRASA e dinâmica de funcionamento do transporte universitário; e a quinta buscou apresentar os resultados da pesquisa de campo realizada.

Migrações e movimentos pendulares: uma análise conceitual

O fenômeno da mobilidade populacional faz parte da história da humanidade, está relacionado à busca por melhores condições de vida. Sendo assim, segundo Tavares (2016), a mobilidade populacional se refere à capacidade de locomover-se no espaço, pode envolver tanto a migração, que é a mudança de um local para se fixar em outro, como os movimentos cotidianos, onde o mais conhecido é o pendular. Ainda que ambos os movimentos produzam fluxos de pessoas pelo espaço, a natureza destes é diferente, ou seja, o local de permanência apenas qualifica o movimento e não o determina.

Para Andan, D’Arcier e Raux (1994), o conceito de mobilidade está relacionado à vida cotidiana da população. Dito isto, Dupuy (1995) denota que o automóvel é um dos maiores responsáveis pela gama e variedade destes movimentos populacionais. Em sua concepção, o “sistema automóvel” proporciona uma nova economia e uma nova ecologia dos deslocamentos humanos.

O descontentamento foi apontado por Beaujeu-Garnier (1971) como uma das principais causas da migração, pois é o que leva às pessoas buscarem uma condição melhor de vida. Destarte, o movimento populacional é condicionado pela assimetria de oportunidades (sejam estas profissionais, afetivas, educacionais etc.) entre os municípios de uma determinada região. Relacionado às causas das migrações, Ravenstein (1980, p.43) denota que “a resposta estará associada à busca por trabalhos mais remunerados e atraentes do que os disponíveis nos locais de nascimento”, ou seja, abrangem de forma geral, aspectos econômicos.

Segundo o Dicionário Demográfico Multilíngue (1969), o conceito de migração se firma na transferência de residência do lugar de origem para o lugar de destino, sendo apropriado somente ao caso de populações razoavelmente estabelecidas, o que segundo Carvalho e Rigotti (1998, p.211) “exclui os movimentos sazonais, temporários, e os de população nômade”, assim como, os pendulares, que abarcam a jornada realizada pelas pessoas diariamente ou semanalmente em razão do trabalho ou estudo.

Conforme Becker (2006, p.323), o termo migração pode ser tido “como mobilidade espacial da população”. Portanto, sendo considerado um mecanismo de deslocamento populacional, o qual proporciona aspectos que alteram as relações socioespaciais de um determinado espaço geográfico. Brumes (2010, p. 24), corrobora com esta mesma linha de pensamento quando afirma que:

A migração é em si um fenômeno geográfico que possui implicações territoriais e existenciais. É um fenômeno que envolve tanto materialidade, a produção social e por estas perspectivas deve ser entendida. É na experiência da migração que buscamos compreender o que é ser migrante. Assim, migrar é sair do seu lugar, envolvendo processos de desterritorialização e reterritorialização, que não são necessariamente sucessivos nem ordenados (BRUMES, 2010, p. 24).

Dos elementos que constituem a dinâmica populacional (fecundidade, mortalidade e migração), esta última pode ser a que possui maior dificuldade de definição, uma vez que, abrange diversos conceitos. Porém, como afirma Tavares (2016, p. 21), todos estes perpassam pelo princípio de que o fenômeno envolve “mudança permanente do local de residência”.

Quanto aos movimentos pendulares, o Instituto Nacional de Estatística (INE) (2003 p.2) denota que:

A expressão “movimentos pendulares” é habitualmente utilizada para designar os movimentos quotidianos das populações entre o local de residência e o local de trabalho ou estudo. O conceito de movimento pendular encerra, na sua forma mais simples, duas deslocações de uma pessoa entre dois pontos do espaço geográfico: uma de ida para o local de trabalho ou estudo e outra de retorno ao local de residência. Deste modo, antes de mais, o movimento pendular é uma questão funcional que resulta da organização do território e da não coincidência entre o local de residência e os locais de trabalho ou estudo (INE, 2003, p.2).

Acerca da denominação de movimento pendular, esta aparece academicamente de diversas formas, ou seja, não há exatamente um consenso a respeito do termo, podendo ser encontrado como movimento pendular, mobilidade pendular, deslocamento pendular e até mesmo migração pendular. Sobre isto, Tavares (2016, p. 24) realiza uma análise que visa esclarecer este assunto, afirmando que:

Ravenstein (1985) designa "migrantes temporários"; Castells (1972), por sua vez, denominou de "migrações alternantes"; o termo americano é o commuting, enquanto os franceses denominam de navettes. Esses termos, incluindo os usados por Beaujeu-Garnier (op. cit.), são associados aos deslocamentos cotidianos realizados pela população. Nota-se, portanto, que não há uma denominação única para esse tipo de deslocamento (TAVARES, 2016, p.24).

Para Moura et al (2005) e Pereira e Herrero (2009), enquanto a migração envolve mudança de residência, os deslocamentos pendulares são caracterizados por deslocamentos entre o município de residência e outros municípios, com objetivo específico, como trabalho/estudo. Portanto, pode-se dizer que é um movimento de partida e regresso.

Contudo, há uma relação existente entre ambos, o movimento pendular se configura como uma alternativa à migração. Segundo Tavares (2016), isso pode ocorrer devido aos custos significativos de um deslocamento permanente, o que influencia no aumento dos deslocamentos pendulares. Sendo assim, a pendularidade torna-se uma alternativa viável para aqueles que não dispõem de recursos ou não estão interessados em mudar de sua residência atual.

Conforme abordado por Braga e Matos (2017, p.61), as antigas teorias sobre migração “dialogam cada vez menos com os processos mais atuais, o que justifica o contínuo esforço de interpretar o que vem ocorrendo com a mobilidade populacional no país”. Nesse sentido, a pendularidade se torna cada vez mais recorrente em estudos sobre o deslocamento populacional, uma vez que, denota as particularidades da mobilidade atual. Para contribuir com esta mesma linha de pensamento, e caminhar para o fim desta singela abordagem conceitual, Perpetua (2010, p.135) afirma que:

Os parâmetros principais para estas diferenciações residem, pois, na duração dos deslocamentos e em sua escala de abrangência, de modo que somente aqueles que implicam a mudança permanente do local de residência dos indivíduos podem ser chamados de movimentos migratórios (PERPETUA, 2010, p.135).

Assim, convém ressaltar que optamos neste trabalho pelos termos deslocamento e movimento pendular, visto que, são movimentos que ocorrem regularmente, não podendo ser tratados como migração, pois não ocorre mudança permanente de local. Concordando desta maneira, com Moura, Branco e Firkowski (2005), que utilizaram estes mesmos termos em sua pesquisa, por entender que tal dinâmica engloba um deslocamento diário, não havendo a transferência definitiva de residência, não podendo ser considerado como uma migração.

Neste sentido, a seguir iremos apresentar brevemente alguns olhares e percepções de autores sobre os movimentos pendulares com fins educacionais e as limitações referentes ao estudo desta temática; ademais, a Região Intermediária de Montes Claros receberá destaque nesta seção, graças a sua oferta de ensino superior.

A transitoriedade pendular para fins de estudo e suas limitações

Ao que se refere à transitoriedade pendular para fins de estudo, Lima e Silva (2014 p.2) dialogam sobre o tema em um contexto brasileiro recente, especialmente após os anos 2000. Os mesmos defendem que “os deslocamentos diários com fins de estudos são uma modalidade crescente no âmbito da mobilidade espacial da população”.

A pendularidade para fins educacionais firma-se no ir-e-vir dos estudantes, que buscando melhorias intelectuais e profissionais deslocam-se para outro município, cotidianamente. Para Santos et al (2010, p. 3-4), os deslocamentos para fins de estudo:

Necessitam ser compreendidos como processo, começo-fim de experiências, movimentos de um lugar a outro e a outros mais, espirais de desenvolvimento pessoal, familiar, econômico, intelectual e social. São as pessoas (seus sonhos e desejos), enlaçadas nas redes familiares e afetivas (seus projetos, aspirações e redes), que dão forma às migrações – sobretudo às estudantis (SANTOS et al, 2010, p. 3-4).

Este deslocamento cotidiano acarreta um grande desgaste por parte daqueles que o realiza, tanto pelo lado físico quanto pelo lado emocional. Moreira et al (2013) corroboram com este pensamento ao afirmarem que os deslocamentos são um sacrifício diário, que acarretam aos estudantes grande gasto de tempo nas viagens, gerando baixo desempenho acadêmico. Além dos gastos econômicos, que são bastante significativos. Por isso, muitos estudantes acabam desistindo de realizar o movimento pendular, optando por mudar permanentemente para o local de destino.

No que se refere ao perfil dos estudantes pendulares, foram realizados estudos que objetivaram descrever seu perfil socioeconômico. Apesar do deslocamento diário ser, em regra, mais viável do que a mudança de residência, Tavares (2016), ao estudar os movimentos pendulares de estudantes na região norte fluminense constatou que tais estudantes possuem renda domiciliar per capita acima da renda per capita do município.

De maneira geral, no censo demográfico de 2010, houve a abordagem sobre os deslocamentos pendulares por motivo educacional ao tratar sobre o local da escola ou creche que o indivíduo estudava (município de residência, outro município, país estrangeiro). O Município de residência representava aqueles que estudavam em escolas ou creches no próprio município em que residia; Outro município abarcava aqueles que estudavam em escolas ou creches localizadas em municípios diferentes daqueles em que residiam; e País estrangeiro representava os indivíduos que estudavam em um país estrangeiro (IBGE, 2010).

Ao discorrer sobre os dados do IBGE (2010) acerca dos movimentos pendulares para fins educacionais, Tavares (2016) apresenta que:

Os resultados da amostra do censo demográfico 2010 indicam que, das 59.565.188 pessoas que declararam frequentar escola ou creche no Brasil, 4.301.914 o faziam em outro município, o que representa 7,2% do total. Para estudar em país estrangeiro o total foi de 37.059 pessoas em deslocamento (TAVARES, 2016, p. 31).

Ademais, percebe-se que nos levantamentos censitários não há uma análise das particularidades do processo pendular, como o período a ser realizado, à distância a ser percorrida ou até mesmo o tempo de deslocamento. Por se tratar de algo tão relevante para o entendimento da dinâmica populacional, conforme Jardim (2011), as fontes censitárias precisam mensurar mais detalhadamente estes deslocamentos, levando em consideração ainda, outros referenciais para a análise, a saber, os motivos sociais, psicológicos e culturais.

Atualmente, a Região Intermediária de Montes Claros abriga ao todo 27 instituições de ensino superior (IES), das quais: 2 Universidades Públicas Federais, a saber, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM); 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFNMG); e uma 1 Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2021). Das 27 IES na região, 15 ofertam cursos presencias em Montes Claros, sendo ao todo 170 cursos. Montes Claros é considerado o município com a maior oferta deste serviço na região (Mapa 02).


Mapa 02
Cursos superiores por município na Região Intermediária de Montes Claros
Ministério da Educação, 2021. Org.: ROCHA, V. T. R. 2022.

Conforme Tavares (2016), esta concentração leva a frequente necessidade de deslocamentos entre o local de residência e as instituições de ensino superior; algo notório na cidade de Francisco Sá. Logo mais, serão abordados aspectos socioeconômicos dos municípios de Montes Claros e Francisco Sá.

A estrutura socioeconômica dos municípios de Montes Claros e Francisco Sá

O município de Montes Claros localiza-se na Região Geográfica Intermediária de Montes Claros, e possui como municípios limítrofes: São João da Ponte, Capitão Enéas, Francisco Sá, Juramento, Glaucilândia, Bocaiuva, Engenheiro Navarro, Claro dos Poções, São João da Lagoa, Coração de Jesus, Mirabela e Patis (Mapa 03).


Mapa 03
Localização do município de Montes Claros (MG)
IBGE, 2020. Org.: ROCHA, V. T. R. 2022.

Recorrendo aos dados do IBGE, no que se refere aos aspectos demográficos, o município possuía em 2010 uma população total de 361.915 habitantes, em 2021, foi estimada em 417.478 habitantes, destacando-se assim como o sexto município mais populoso do Estado e sexagésimo segundo mais populoso do país. Ainda baseado nos resultados do último Censo Demográfico podemos evidenciar que a população majoritária se dá na área urbana, alcançando 344.427 (95%), enquanto a população rural abarca apenas 17.488 (5%) deste total. O município de Montes Claros possui 3.568,941km² de área; é o 428º município brasileiro mais extenso, e o 16º mais extenso de Minas Gerais. A cidade ocupa uma área de 145 km². Ademais, a densidade demográfica consiste-se em 101,41hab/km² (Quadro 01).

Quadro 01
População Urbana/Rural total e percentual, com indicação da área total e densidade demográfica – Montes Claros (MG) 2010

IBGE, 2010.

Conforme Fonseca e Fernandes (2014, p.4), “Montes Claros se destaca tanto em extensão territorial como em número de habitantes, sempre com acréscimo, além de ser o único com população acima de cem (100) mil habitantes”, isto ao analisar a região imediata de Montes Claros. Relacionado a estrutura etária, a população entre 15 e 69 anos é majoritária, representando 73%, enquanto os habitantes menores de 15 anos correspondem a 23%, e aqueles com mais de 70 anos alcançam apenas 4% (Tabela 01).

Tabela 01
Estrutura etária da população do município de Montes Claros (MG) – 2010

IBGE, 2010.

De acordo com o IBGE (2010), dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade (308.936 habitantes), apenas 26% frequentavam à escola, enquanto 74% não frequentavam. Quanto ao Nível de Instrução podemos perceber que, 41% dos habitantes não possuíam instrução e o ensino fundamental era incompleto, já 17% detinham de ensino fundamental completo e ensino médio incompleto. Outros 32% possuíam ensino médio completo e superior incompleto e, apenas 9% alcançaram o ensino superior completo. Ademais, 1% abarcou aqueles que não responderam (não determinado) (Tabela 02).

Tabela 02
Nível de Instrução das pessoas de 10 anos ou mais de idade do município de Montes Claros (MG) – 2010

IBGE, 2010.

Quanto aos deslocamentos para estudo, de acordo com o Censo (2010), das 117.094 pessoas que frequentavam escolas ou creches, majoritariamente, 98% estudavam no próprio município de residência, enquanto 1,5% estudavam em outro município; e apenas 0,5% em países estrangeiros (Tabela 03).

Tabela 03
soas que frequentavam escola ou creche, organizadas por local

IBGE, 2010.

Apesar de Montes Claros e região não serem caracterizados pelo predomínio do clima semi-árido, foram incluídos no Polígono das Secas e na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), devido, principalmente, a má distribuição das chuvas ao longo do ano. Isto posto, a industrialização da região deu-se a partir da década de 1960, com o efetivo recebimento de recursos da SUDENE, os quais foram destinados à modernização do campo e à industrialização.

Segundo Oliveira (2000), a industrialização da região supracitada, até o ano de 1979, ficou concentrada basicamente na cidade de Montes Claros, recebendo 54,8% da quantidade de projetos incentivados. A indústria trouxe a necessidade de mão de obra qualificada, e isto impulsionou os investimentos na infraestrutura educacional, quanto de ensino técnico quanto superior, o que atraiu a população do entorno.

Fonseca (2014), em sua investigação afirma que Montes Claros tem um crescimento constante, ao contrário das outras regiões do Norte de Minas, sendo o único município que tem continuidade de crescimento acima do padrão. Assim, a cidade de Montes Claros, área deste estudo, recebe notoriedade inclusive por seu setor educacional, o qual atrai a população regional por apresentar:

[...] um número expressivo de Universidades, faculdades, cursos profissionalizantes, técnicos, cursinhos de pré-vestibular e escolas significativos em relação às outras cidades norte-mineiras. Dentro do contexto de centralidade, Montes Claros é a cidade da região que pelo número e diversidade de serviços prestados no setor educacional, atrai uma população que se direciona dos seus municípios de origem todos os dias para estudar em Montes Claros (RICARDO; ALEIXO; OLIVEIRA, 2010, p. 6).

A maioria dos municípios da região imediata de Montes Claros apresenta infraestrutura precária em diversos setores, inclusive no educacional. Este fato reforça a necessidade da população em realizar migrações ou deslocamentos cotidianos para Montes Claros, única cidade da região que se destaca majoritariamente pelo desenvolvimento de seus setores (FONSECA; FERNANDES, 2014).

Ademais, a busca por melhores condições socioeconômicas pode ser considerada o principal fator da atração populacional. Singer (1980, p.40) denota que “os fatores de expulsão definem as áreas de onde se originam os fluxos migratórios, mas os fatores de atração que determinam a orientação destes fluxos e as áreas às quais se destinam”. Tradicionalmente, a busca dos francisco-saenses por serviços específicos destina-se a Montes Claros. Fato este interligado a relação histórica mantida entre ambos, assim como, em razão da centralidade exercida pela cidade de Montes Claros.

O município de Francisco Sá localiza-se na Região Geográfica Imediata de Montes Claros, ocupa uma área da unidade territorial de 2.747,295 km², com uma população de 24.912 habitantes, destes habitantes 60% residem em área urbana e 40% residem em área rural, cuja densidade demográfica é de 9,07 hab/km², conforme o censo de 2010. Em 2021, a população total foi estimada em 26.459 habitantes. Relacionado a estrutura etária, a população entre 15 a 69 anos abrange uma representatividade de 69%, enquanto os habitantes menores de 15 anos compreendem 26%; e apenas 5% representa aqueles com 70 anos ou mais (Tabela 04).

Tabela 04
Estrutura etária da população do município de Francisco Sá (MG) – 2010

IBGE, 2010.

De acordo com o Censo (2010), dentre as pessoas de 10 anos ou mais de idade (20.952 habitantes), apenas 26% frequentavam à escola, enquanto 74% não frequentavam. Quanto ao Nível de Instrução podemos perceber que 66% da população francisco-saense não possui instrução, nem o ensino fundamental completo; já 15% detinha de ensino fundamental completo e ensino médio incompleto. Quanto ao ensino médio completo e superior incompleto, havia uma representatividade de 16%, enquanto apenas 3% dos habitantes possuíam o ensino superior completo. Ademais, 1% abarcou aqueles que não responderam (não determinado) (Tabela 05).

Tabela 05
Nível de Instrução das pessoas de 10 anos ou mais de idade do município de Francisco Sá (MG) – 2010

IBGE, 2010.

O Produto Interno Bruto (PIB) do município é de R$ 276.204,32 x 1.000 a preços correntes, sendo representado na proporção de 87% serviços, 8% agropecuária e 5% indústria (IBGE, 2020). Ademais, o município localiza-se a 453,168 km da capital estadual, Belo Horizonte e, 48,912 km do centro regional, Montes Claros. Francisco Sá possui como municípios limítrofes: Grão Mogol, Riacho dos Machados, Juramento, Montes Claros, Capitão Enéas e Janaúba (Mapa 04).


Mapa 04
Localização do município de Francisco Sá (MG)
IBGE, 2020. Org.: ROCHA, V. T. R. 2022.

Quanto aos deslocamentos para estudo, de acordo com o Censo (2010), das 7.231 pessoas que frequentavam escolas ou creches, majoritariamente, 90,5% estudavam no próprio município de residência, enquanto 9,5% estudavam em outro município (Tabela 06).

Tabela 06
Pessoas que frequentavam escola ou creche, organizadas por local

IBGE, 2010.

Destes estudantes que se deslocam a outro município para estudar, muitos englobam a categoria de universitários, que percorrem o trajeto diário com destino a Montes Claros, buscando oportunidades educacionais que não se fazem presentes em Francisco Sá. A seguir iremos destacar o processo de criação da AUUFRASA e a dinâmica de funcionamento do transporte universitário.

Transporte universitário: meio de deslocamento intermunicipal

Conforme Fonseca e Fernandes (2014, p.14) “a grande malha rodoviária regional é o principal aliado para o deslocamento populacional, pois facilita a circulação dos indivíduos que se organizam em grupo”. Dupuy (1995) considera o automóvel como um dos maiores responsáveis pela gama e variedade de movimentos cotidianos realizados em uma cidade. Para o autor, o "sistema automóvel" cria uma nova economia e uma nova ecologia dos deslocamentos populacionais, uma vez que, proporciona mudanças em sua paisagem, em seu território. Branco, Firkowski e Moura (2013, p.04) afirmam que:

Desse modo, a mobilidade tem relação direta com os transportes e estes com a dimensão da cidade, de tal sorte que parece oportuno reinserir na agenda de pesquisa sobre as cidades, na atualidade, a questão dos deslocamentos diários ou, como definem alguns autores, as “migrações pendulares” (BRANCO; FIRKOWSKI; MOURA, 2013, p.04).

Em Francisco Sá, o transporte universitário torna-se essencial para aqueles que buscam um curso superior presencial, uma vez que, a cidade em questão não oferece esta possibilidade; e muitos não possuem um meio de transporte particular (carro, moto). Ademais, há uma única empresa de transporte intermunicipal na cidade, a Viação Saritur, que começou a exercer seus trabalhos em 1977. Naquela época o objetivo da criação firmava-se na busca de facilitar o deslocamento de inúmeros funcionários de empresas mineiras. E em 1980, a empresa passou a operar linhas intermunicipais de longa distância (VIAÇÃO SARITUR, 2022). Contudo, o itinerário desta não coincide com os horários das aulas habituais da graduação, o que reduz as possibilidades dos universitários em optarem por outro meio de locomoção.

Desta forma, os acadêmicos residentes em Francisco Sá acabam tornando-se dependentes do transporte exclusivo para estes, o qual leva-os às instituições de ensino e, ao final da aula, busca-os. A AUUFRASA foi criada em dezembro de 2013, por um estudante de Administração, o qual percebeu que poderia mudar a história dos estudantes universitários, que, assim como ele, careciam de transporte para chegar até Montes Claros. Este estudante de administração foi o primeiro Presidente da AUUFRASA. Sendo que, ao final de cada mandado (12 meses), há uma nova eleição, no próprio ônibus, para a escolha de um novo presidente e dos membros da diretoria.

A Prefeitura de Francisco Sá não oferece nenhum tipo de ajuda para custear o transporte, em razão disto, a associação aluga um ônibus particular, vinculado a empresa Águia Turismo. O frete mensal corresponde a R$4.500,00, valor dividido entre os associados, o que equivale em média a R$150,00 por acadêmico. Ademais, todos os associados possuem poltrona fixa.

O ônibus sai de Francisco Sá aproximadamente às 17:20 horas, e retorna às 22:30 horas. A cada início de ano é realizada uma arte para divulgar a associação e seus pontos de parada em Montes Claros, a saber: Praça do Alto São João; Praça Esporte; Colégio Sólido (Centro); Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI); Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) (Figura 07). Isto, visando alcançar novos associados, uma vez que, muitos podem vir a se formar, deixando de utilizar o ônibus.

No decorrer do mês há ocasiões que sobram vagas, pois geralmente há o aviso prévio de quando o associado, por alguma razão não for utilizar o transporte na ida ou regresso. Nestes casos, aceitam-se passageiros, conhecidos como “caronas”, tanto para ir para Montes Claros, quanto para retornar para Francisco Sá, ou ambos. Estes devem pagar o valor de R$10,00 por passagem. A somatória destas passagens individuais são utilizadas para abater no montante geral da mensalidade, alterando o valor fixo dos associados e, para arcar com os gastos da contabilidade, devido a necessidade de emitir notas fiscais.


Figura 07
Arte criada para divulgar a Associação dos Universitários Unidos de Francisco Sá
SILVA, Wilton. 2019. Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2022.

Ao final de cada ano é realizada uma confraternização, com comidas, bebidas, músicas e danças, para comemorar mais um ano da associação e, a união de muitos universitários, em busca de um mesmo sonho, alcançar a graduação (Figura 08).


Figura 08
Confraternização da AUUFRASA realizada em 2018
ROCHA, V. T. R. 2018.

Contudo, a pandemia mudou a rotina destes universitários e, das pessoas envolvidas em seus deslocamentos. A descoberta, no final de dezembro de 2019, de casos de COVID-19 (SARS-coV-2) na China, levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a manifestar que este novo vírus seria um problema de saúde a nível mundial. E, devido à importância de se cumprir as medidas sanitárias, as atividades educacionais presenciais foram suspensas, e, consequentemente, o uso do ônibus universitário. Isto impactou de forma negativa na vida daqueles que estavam diretamente dependentes da renda possibilitada pela alocação do veículo, como seu proprietário e o motorista. Logo mais, analisaremos os movimentos pendulares de estudantes universitários francisco-saenses que destinam-se a Montes Claros em busca da formação superior.

Análise dos movimentos pendulares de estudantes universitários francisco-saenses com destino a Montes Claros (2021)

Para analisar os movimentos pendulares de estudantes universitários associados à AUUFRASA, aplicamos em 2021, um questionário criado no Google Forms. O link deste foi disponibilizado a quinze acadêmicos, os quais continuam nesta jornada, visto que, no período de pandemia, muitos formaram-se no ensino remoto ou migraram para Montes Claros. Isto posto, a associação passa por um momento de recomeço, buscando novos associados.

Devido à existência de um grupo de wpp exclusivo para os associados da AUUFRASA, foi possível enviar o link do formulário de forma individual, por meio dos contatos ali presentes. Optamos por este método em razão de muitos indivíduos não visualizarem as mensagens enviadas no grupo, fato já discutido presencialmente, pois muitas vezes isto vem a interferir no pleno funcionamento da associação, já que, pautas importantes são discutidas no grupo.

Com base nos dados obtidos com a aplicação do questionário, a tabela 07 representa as características predominantes dos estudantes residentes em Francisco Sá que deslocam-se para Montes Claros em busca da sua oferta de ensino superior.

Tabela 07
Perfil dos estudantes universitários pendulares

Elaborado pela autora, 2022.

A cidade de Montes Claros apresenta um ensino superior bastante diversificado, assim, a tabela 08 representa a distribuição destes universitários em suas respectivas instituições. Sendo notório que, a UNIMONTES, é a maior detentora do destino destes universitários, com 9 estudantes matriculados.

Tabela 08
Total de estudantes por instituições de ensino superior presentes no trajeto do ônibus

Elaborado pela autora, 2022.

O gráfico 01 representa a distribuição dos estudantes por grande área do seu respectivo curso. Sendo que, dos universitários abordados, 8 (53%) cursam licenciatura, 6 (40%) cursam bacharelado em contabilidade, finanças, computação, direito, economia e outras afins, e 1 (7%) cursa engenharia.


Gráfico 01
Distribuição dos estudantes por grande área do seu respectivo curso
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

Quanto à frequência de viagens que estes realizam semanalmente, de forma majoritária, 14 (93%) realizam o deslocamento entre Francisco Sá/Montes Claros durante cinco dias por semana, enquanto apenas 1 (7%) desloca-se um dia por semana (Gráfico 02). Ressaltando que, este é um caso isolado, cujo o acadêmico possui dependência em uma disciplina específica do curso.


Gráfico 02
Distribuição dos estudantes por frequência de viagens por semana
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

Quanto ao conforto e segurança do veículo utilizado, dos entrevistados, 7 (47%) responderam (Bom), 6 (40%) responderam (Médio) e, 2 (13%) optaram pela opção (Ótimo). Ademais, nenhum destes escolheram as opções (Péssimo e Ruim), o que vem a admitir que o ônibus universitário encontra-se em condições razoáveis de funcionamento (Gráfico 03).


Gráfico 03
Distribuição dos estudantes por opinião quanto ao conforto e segurança do veículo utilizado
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

Acerca da necessidade do transporte universitário, os estudantes foram questionados se possuem alguma alternativa de transporte ou se são dependentes dele. Com isto, apenas 1 (7%) respondeu que possui alternativa de locomoção, enquanto que 14 (93%) disseram não possuir (Gráfico 04).


Gráfico 04
Distribuição dos estudantes por dependência do transporte universitário
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

O ônibus sai de Francisco Sá às 17:20 horas, passando por pontos estratégicos na cidade, e ao chegar em Montes Claros é realizado o mesmo esquema. Devido a isto os alunos chegam em horários distintos nas aulas, a saber, aqueles que estudam na UNIMONTES são os mais afetados, uma vez que, na ida são últimos a chegarem, muitas vezes perdendo a parte inicial do primeiro horário; na volta são os primeiros a serem pegos no trajeto, já que o ônibus fica estacionado no próprio local, então são obrigados a saírem um pouco mais cedo das aulas, por conta do horário estipulado para o retorno. Contudo, há exceções, por exemplo, em períodos de provas, pois espera-se até que todos estejam liberados, atrasando a realização da rota.

Alguns alunos podem perder as atividades universitárias realizadas durante o dia, por não terem a disponibilidade do ônibus, ou a noite, na primeira aula, devido o horário que chegam. Em razão disto, os estudantes foram questionados se o horário de ida para Montes Claros e retorno para Francisco Sá prejudica a participação em todas as atividades proporcionadas em seu curso. Destes, 8 (53%) responderam que sim, e 7 (47%) responderam que não (Gráfico 05).


Gráfico 05
Distribuição dos estudantes por atividades prejudicadas
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

Outro imprevisto que pode vir a ocorrer é quando o ônibus sofre algum tipo de dano no trajeto, o que aumenta o tempo de viagem. Na ida tende a atrasar os universitários para as aulas, e na volta, interfere no horário de chegada nas suas respectivas residências. Isto posto, o gráfico 06 representa a frequência que o ônibus apresenta defeitos e, segundo os 15 (100%) entrevistados, isto é algo que ocorre raramente.

Conforme tratado anteriormente, os alunos foram obrigados a fretar um ônibus particular para realizarem o deslocamento, em razão da prefeitura não contribuir com nenhuma ajuda. Então, os universitários foram questionados se no decorrer do ano sentem dificuldades em utilizá-lo, devido a mensalidade. Destes, 5 (33%) responderam que possuem dificuldade e 10 (67%) não possuem (Gráfico 06).


Gráfico 06
Distribuição dos estudantes por dificuldade no pagamento da mensalidade do ônibus
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

No gráfico 07, pode-se verificar a resposta dos estudantes quando questionados se enquanto realizam o deslocamento pendular para Montes Claros conseguem aproveitar este tempo para estudar. Dos 15 entrevistados, 11 (73%) responderam que não conseguem estudar no deslocamento, já 4 (27%) admitiram conseguir.


Gráfico 07
Distribuição dos estudantes por conseguir estudar durante o deslocamento pendular
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

O tempo gasto no deslocamento diário tende a interferir no desempenho acadêmico dos universitários. E, visando comprovar a opinião explícita anteriormente, os estudantes foram questionados sobre a temática, 6 (40%) responderam que o deslocamento não atrapalha e 9 (60%) afirmaram que o deslocamento diário atrapalha, sim, o desempenho acadêmico (Gráfico 08).


Gráfico 08
Distribuição dos estudantes por impacto sobre o desempenho acadêmico
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

O gráfico 9 apresenta a resposta para a pergunta: “Por que não migrou para Montes Claros?”, da qual 1 estudante (7%) respondeu que não gosta da cidade, 1 (7%) respondeu que é em razão do trabalho, 2 (13%) afirmaram ser pela família, 3 (20%) disseram ser pela renda e 8 universitários (53%) optaram pela alternativa “mais de uma opção juntas”, que compreende vários fatores.


Gráfico 9
Distribuição dos estudantes por motivo de não migrarem para Montes Claros
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

Quando questionadas se houvesse a possibilidade de morar em Montes Claros, migrariam ou continuariam realizando a pendularidade (ida e volta), 12 (80%) universitários responderam que migrariam, e apenas 3 (20%) responderam que continuariam realizando o deslocamento diário. Isto evidencia que o movimento pendular não é algo fácil, pois exige muito daqueles que o realizam, tanto pelo lado físico quanto pelo emocional.

Por fim, abordamos as expectativas de permanência dos estudantes em Francisco Sá após a formação acadêmica (Gráfico 10). Vale ressaltar que, o município apresenta um campo restrito de oportunidades profissionais, devido à ausência de grandes empresas e indústrias.


Gráfico 10
Distribuição dos estudantes por expectativa de permanência em Francisco Sá, após a formação acadêmica
Pesquisa direta. Org.: ROCHA, V. T. R., 2022.

A partir desta indagação, 10 estudantes (67%) afirmaram que permanecerão caso haja vagas de emprego, 3 (20%) responderam que não tem nenhuma possibilidade, e 2 (13%) que já possuem trabalho fixo e que continuarão exercendo-os. Isto mostra que a cidade de Francisco Sá oferece boas experiências para sua população, ademais, é uma cidade tranquila, boa para se viver, caso haja vagas de emprego, uma vez que, este fator tende a interferir de forma negativa na permanência da população na cidade.

Considerações finais

O movimento pendular consiste-se em uma das formas de mobilidade populacional, o qual é caracterizado pelo movimento de partida e regresso, ou seja, pela locomoção no espaço, visando alcançar serviços ausentes no município de residência, como motivos de trabalho, saúde e estudo. Isto posto, a análise deste fenômeno tende a contribuir para o entendimento da dinâmica da população.

O presente trabalho possibilitou discutir o papel dos movimentos pendulares sobre as configurações espaciais, sobre a dinâmica populacional, dando ênfase ao movimento pendular de estudantes universitários da cidade de Francisco Sá para Montes Claros, cidades localizadas na Região Intermediária de Montes Claros. Isto, por meio do estudo bibliográfico e da análise dos dados primários e secundários coletados a partir de questionários.

Relacionado aos movimentos pendulares com fins educacionais, percebe-se a carência quanto a mensuração e detalhamento destes, uma vez que, os dados censitários não compreendem as particularidades da pendularidade, a saber: periodicidade, tempo de deslocamento, distância percorrida, meio de transporte utilizado e, os motivos por trás deste fenômeno.

Ademais, esta pesquisa elucidou que, das 27 IES presentes na Região Intermediária de Montes Claros, 15 ofertam cursos presencias em Montes Claros, sendo ao todo 170 cursos. Montes Claros é considerado o município com a maior oferta deste serviço na região, pois possui um campo educacional bastante diversificado - que atrai grande quantidade de estudantes, gerando diariamente um fluxo significativo de pessoas.

Ao discutir o caso específico dos estudantes universitários francisco-saenses associados à AUUFRASA, com destino a Montes Claros, uma vez que, há a ausência de instituições de ensino superior que ofertam cursos presenciais na cidade de residência, constatou-se que, quanto ao perfil, os estudantes são em maior expressão: jovens de 20 a 23 anos (66,6%); do sexo feminino (60%); cor/raça parda (46,7%); e a maioria dos estudantes (53,3%) são matriculados em cursos de licenciatura, em uma instituição pública (60%), a saber, a UNIMONTES.

Por meio dessa pesquisa, percebemos a influência que o deslocamento pendular possui sobre o desenvolvimento acadêmico dos estudantes. Tendo em vista que, a maioria dos entrevistados são dependentes do ônibus, e que o desempenho e a participação em todas as atividades que seus respectivos cursos oferecem, são prejudicados pelo movimento pendular diário, já que a maioria realiza-o cinco dias por semana. Ademais, a maioria afirma que, o deslocamento atrapalha o estudo em razão do cansaço e da dificuldade de ler e estudar durante a realização do trajeto.

Assim, o movimento pendular abrange diversos fatores que devem ser analisados ao se discutir a temática. Pois, este vai além de um movimento de partida e regresso, onde mesmo que o trajeto e o tempo gasto para realização deste seja igual para um determinado grupo, as consequências podem ser diferentes para cada indivíduo. E, a pesquisa elucidou isto, já que, de forma expressiva (80%), quando questionados se houvesse a possibilidade de morar em Montes Claros, migrariam ou continuariam realizando a pendularidade, os estudantes responderam que sim, migrariam; tornando evidente que existem adversidades na realização do movimento pendular para estudo.

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Notas

Vanessa Tamiris Rodrigues Rocha É Graduada em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Atualmente é Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).

Endereço: Av. Rui Braga, s/n – Vila Mauriceia, CEP 39401-089, Montes Claros – MG.

Carlos Alexandre de Bortolo É

É Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (UNESP), Mestre em Geografia pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Doutor em Geografia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atualmente é Professor do Departamento de Geociências e do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).

Endereço: Av. Rui Braga, s/n – Vila Mauriceia, CEP 39401-089, Montes Claros – MG.



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