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EDITORIAL
Argumentos - Revista do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes, vol.. 15, núm. 2, 2018
Universidade Estadual de Montes Claros

Editorial

Argumentos - Revista do Departamento de Ciências Sociais da Unimontes
Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil
ISSN: 1806-5627
ISSN-e: 2527-2551
Periodicidade: Semestral
vol. 15, núm. 2, 2018

EDITORIAL

Prezadas(os) leitoras(es),

É com enorme prazer que publicamos o segundo número do volume 15 da Argumentos, Revista do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes-MG). Dando prosseguimento à produção de dossiês, sem deixar de lado a seção livre ? que conta com artigos que exploram diversos temas relevantes às Ciências Sociais ?, apresentamos, aqui, o dossiê ?Lugares de vida: coletivos rurais, cotidiano e movimentos?, cuidadosamente organizado pelxs pesquisadorxs Cláudia Luz de Oliveira (Unimontes), Izadora Pereira Acypreste (UFSCar) e Pedro Henrique Mourthé de Araújo Costa (UFSCar).

A proposta dessa coleção de artigos é fruto do Grupo de Trabalho ?Lugares de Vida: coletivos rurais, cotidiano e movimentos? do V Encontro das Ciências Sociais no Norte de Minas, que ocorreu na própria Universidade Estadual de Montes Claros, em Montes Claros, em 2018. Ela agrega textos resultantes de pesquisas de pós-graduandos que abordam múltiplas dimensões da vida cotidiana de coletivos que habitam o universo rural brasileiro. Essa coleção explora, também, o impacto e a resistência dessa população perante as nefastas políticas neodesenvolvimentistas e extrativistas que constantemente ameaçam seus lugares de vida.

Para ilustrar a edição com este importante dossiê, a Argumentos conta com uma foto produzida por Elisa Cotta de Araújo e gentilmente cedida para nós. O ensaio fotográfico dessa antropóloga, com experiência etnográfica junto a diversas populações tradicionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará, faz parte do dossiê e, portanto, pode Editorial

ser conferido nessa edição. Maiores informações podem, também, ser encontradas no texto de abertura organizado pelos coordenadores do dossiê.

Na seção que agrega artigos livres, contamos com quatro valiosas contribuições. Os dois primeiros textos trazem um profícuo diálogo das Ciências Sociais com a macroeconomia. O artigo de Michel Jorge Samaha (UEPG) e José Adelantado (UAB) explora o sistema de produção capitalista brasileiro. Como o texto revela, os autores reconhecem a existência de diferentes tipos de capitalismo e, portanto, se contrapõem à ideia de um modelo ideal, identificado como um modelo de intervenção mínima, de mercado dominante e autorregulado. Crítica essa válida, também, para a realidade brasileira. Para tal, valem-se do enfoque das Variedades de Capitalismo (VoC), para testar empiricamente a hipótese de não homogeneidade do sistema de produção brasileiro. No segundo artigo, Felipe Nogueira Cruz (UFJF) demonstra como o plano reformista do economista John Maynard Keynes, um dos mais importantes economistas da primeira metade do século XX, ao não resistir à pressão política de agentes que detinham a hegemonia econômica nos anos 1940, foi tratado como utópico (pois o regime monetário preconizado por ele seria incompatível com o poderio estadunidense). Contudo, sua hipótese é de que tal imagem se contrapõe ao caráter realista das análises do SMFI por ele empreendidas.

Os outros dois textos exploram um tema diretamente caro ao Brasil: a inclusão política de minorias sociais. Luciana Garcia de Mello (UFRGS) explora a relação entre raça e política no Brasil a partir de uma releitura dos estudos de Carlos Hasenbalg (1979). Segundo a autora, o que ganha destaque na abordagem desse importante sociólogo argentino, que trabalhou por décadas no Brasil, é a dimensão política do racismo, o que permite pensar esse fenômeno enquanto um sistema de opressão e de dominação. Em seu artigo, Mello recupera essa discussão com o objetivo de explicitar a importância do mito da democracia racial para a elite brasileira e reflete sobre os impasses que os movimentos negros encontram para empreender a luta antirracista no Brasil, no período atual. Por fim, temos a contribuição de Rosalvo Ivarra Ortiz (UFGD) e Almires Martins Machado (INBRAPI) com um interessante artigo que procura analisar a forma como as lideranças religiosas Mbya cumprem os sonhos auferidos de Nhanderú Ete de retornar à Terra Sem Mal, o local de ocupação de outrora e com a qual mantém laços históricos de luta por demarcação de terras no Pará. O texto é resultado de uma Editorial

pesquisa etnográfica e bibliográfica realizada entre o Guarani Mbyá do Pará-Amazonia Meridional do Brasil.

Por fim, mas não menos importante, é com profunda dor e revolta que publicamos, novamente, esse periódico com uma faixa de luto pelas catástrofes sociais que assolam o país. Enquanto na edição passada a vítima do descaso público foi o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, nessa edição prestamos nosso pesar às vítimas de Brumadinho, Minas Gerais. No dia 25 de janeiro de 2019, revivemos o pesadelo de Mariana (05/11/2015) causado por uma das inúmeras mineradoras presentes em Minas Gerais. No início da tarde, ocorreu o rompimento de uma barragem em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. O mar de lama tóxica varreu a comunidade local. Entre as vítimas, estão pessoas, fauna e flora da região. Destaque para o rio Paraopeba que perdeu por completo a sua vida e, através do movimento natural de suas correntes, ameaça outros rios como o próprio São Francisco. Como especialistas no tema chamam a atenção, não se trata de um desastre natural, mas de uma tragédia causada em um estado refém, exclusivamente, de políticas econômicas extrativistas.

Atenciosamente,

Gustavo Dias, Giancarlo Machado, e Comissão Editorial



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